domingo, 30 de outubro de 2022

Festejo das Almas Santas Benditas mantêm tradição em Santa Rosa do Tocantins

A comunidade quilombola Morro de São João realiza o Festejo das Almas Santas Benditas no Dia de Finados, 02 de novembro, para homenagear os entes que já morreram.

Os congos apresentam números musicais e danças tradicionais durante o festejo

O evento é uma forma de lembrar-se dos entes que já partiram, além de resgatar o sentido sociocultural da comunidade por meio dessas expressões tradicionais que sobrevivem ao tempo.

O Festejo das Almas Santas Benditas reverenciam os mortos da comunidade

O festejo inicia-se bem cedo, ao amanhecer do dia. A partir das 5h da manhã já começam a esquentar os tambores. Os familiares do rei e da rainha colocam lenha no fogão ou na trempe para fazer o almoço, os congos já estão pegando para a apresentação durante o evento.

As suas roupas seguem o modelo tradicional centenário, são elas que caracterizam os homens que dançam durante o festejo. As vestes são brancas e feitas de saco de estopa. As peças utilizadas na cintura são saiotes com comprimento abaixo do joelho, as camisas são de manga curta e, na cabeça, um adorno feito com penas de ema (essas peças são guardadas há décadas e reaproveitada ano após ano), em forma de arco, de cor prata, simbolizando uma coroa. 

O sino da igreja local dá a primeira badalada simbolizando que está quase na hora da comunidade se apresentar para prestigiar o festejo. Na segunda badalada quase todos os fiéis já chegaram e na terceira e última badalada todos já estão reunidos na igreja.

Da igreja, os fiéis marcham para a casa do imperador para fazer o desjejum. Durante o percurso, os congos executam a dança chamada de congada e cantam cantigas tradicionais ao som de cabaças e tambores. 

Depois que os túmulos são enfeitados e as orações concluídas, os congos e os demais moradores retornam. Durante a volta acontecem duas paradas: a primeira ocorre para que seja feito o desjejum dos fiéis e para que as pessoas descansem, já que o trajeto é longo, cerca 3 km até o cemitério, e é feito todo a pé.  Após concluída a refeição, eles seguem de volta para a comunidade.

Ao chegar na entrada do povoado, é oferecida outra refeição, também cortesia da família do rei e da rainha. Após a segunda parada, o grupo segue para a casa do Imperador, onde dançam a sússia e a famosa Jiquitaia ao som dos batuques e tambores, cantarolando as cantigas ensinadas pelos seus antepassados. 

Fonte: Assessoria de Comunicação

 

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