quarta-feira, 27 de maio de 2020

Recuperação judicial da Latam nos EUA acende o sinal amarelo para aéreas brasileiras

O pedido de recuperação judicial do grupo Latam, maior da América Latina, e suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos, nos Estados Unidos, na terça-feira (26), acendeu a luz amarela para as companhias aéreas brasileiras.
Divulgação
O processo protege a Latam de mais de cem mil credores e de uma dívida de cerca de US$ 18 bilhões. A empresa é a segunda aérea da América Latina a fazer a solicitação em meio à crise da pandemia da covid-19, após a Avianca Holdings fazer um pedido similar.
A decisão de concentrar o processo nos EUA foi tomada porque o país permite que se negocie compromissos com arrendadores de aeronaves. Isso não é permitido no Brasil. As unidades do grupo no Brasil – além de Argentina e Paraguai – não estão envolvidas no processo de recuperação.
Segundo o banco Morgan Stanley, a notícia de pedido de recuperação judicial da Latam não foi uma grande surpresa devido à sua alta exposição ao segmento internacional de viagens de longa duração (mais de 7 horas); seu alto nível de dívida com vencimento no médio prazo e reportagens recentes da imprensa indicando que o pedido estava sendo considerado.
O presidente executivo do grupo, Roberto Alvo, afirmou a jornalistas nesta terça-feira que o processo de recuperação judicial da empresa nos EUA poderá favorecer as negociações por um aporte do BNDES. “Esta é uma crise sem precedentes na história da aviação. Nenhuma empresa aérea poderá sobreviver sem a ajuda dos governos”, afirmou Alvo.
Entre uma das propostas aventadas pelo mercado, o BNDES teria oferecido R$ 2 bilhões para cada companhia, totalizando R$ 6 bilhões ao considerar Gol, Azul e Latam.
Em entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo, Jerome Cadier, presidente da Latam no Brasil, afirmou: “a única coisa que é inviável é achar que não vai ter ajuda governamental. A ajuda dos governos, não só do Brasil, precisa vir, assim como vimos acontecer na Alemanha e nos Estados Unidos. Para mim, é inegável que virá”.
A holding anunciou o aporte de US$ 900 milhões em financiamento potencial de grandes acionistas, o que aumenta as perspectivas de sobrevivência da companhia aérea. As famílias sócias da empresa, a chilena Cueto (controladora, com 21,5% de participação) e a brasileira Amaro (com 2%), e a Qatar Airways (dona de 10% da aérea) deverão conceder um empréstimo até esse montante para que a Latam continue operando enquanto está em recuperação.




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