Fazedores de cultura de diversos setores partilharam demandas, sugestões e propostas para a construção do Plano de Aplicação de Recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB)
Participantes da escuta pública da PNAB se reúnem para o registro final do encontro, realizado no auditório do Sebrae, em Palmas. Foto: Paulo Gualberto/Governo do Tocantins
O Governo do
Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), realizou mais
uma etapa das escutas públicas referente aos ciclos da Política Nacional Aldir
Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) na quarta-feira, 11, no auditório do Sebrae,
em Palmas.
O encontro
reuniu representantes de todos os setores culturais com o objetivo de ouvir
demandas, sugestões e propostas dos agentes culturais tocantinenses para
subsidiar a construção do Plano de Aplicação de Recursos (PAR) da Política. O
evento também foi transmitido pelo canal oficial da Secult no YouTube.
Mais de 15
artistas e fazedores de cultura de áreas como literatura, música, teatro,
audiovisual, dança, cultura popular, artesanato, cultura cigana, entre outros,
fizeram uso da palavra e apresentaram contribuições, defendendo as necessidades
e singularidades de seus segmentos. A diversidade das manifestações artísticas
presentes mostrou o quanto a escuta pública é um momento positivo e necessária
para o fortalecimento da política cultural no Estado.
A escuta é
parte de um processo democrático e participativo que busca fortalecer o diálogo
com quem produz arte e cultura, de fato, para garantir que os recursos cheguem
de forma justa e eficaz às diversas expressões culturais do Estado. “Nós do
Governo do Tocantins, através da Secretaria da Cultura, estamos muito felizes
com essas escutas e tudo que ouvimos aqui. O objetivo é ouvir vocês e construir
editais cada vez melhores”, agradeceu o secretário da Cultura Tião Pinheiro.
“A escuta é o
momento democrático da política. O nosso papel agora, enquanto Secretaria da
Cultura, é ouvir. Nós só podemos construir uma política pública de qualidade
com a participação daqueles que realmente fazem cultura, que são os artistas de
todas as linguagens”, afirmou o superintendente de Fomento e Incentivo à
Cultura, Antônio Miranda.
A presidente da Comissão Permanente de Editais e gerente de Convênios da
Secult, Simone Moura, destacou que a escuta ativa é fundamental para o
aperfeiçoamento da Política Nacional Aldir Blanc no Tocantins. "Só
conseguimos desenhar novos editais com a participação de vocês. As escutas são
momentos essenciais para ouvir as necessidades reais dos territórios e
construir editais que reflitam essas demandas", falou.
“Em nome do
Ministério da Cultura, agradeço a todos por esse esforço, por esse exercício,
pois não é uma tarefa simples trazer as pessoas para a discussão, para pensar,
para quebrar a cabeça, não é algo que todo mundo se dispõe a fazer”, completou
o coordenador do Escritório do Ministério da Cultura no Tocantins, Cícero
Belém.
Representando
a Associação Tocantinense Municipal (ATM), o prefeito de Taguatinga, Paulo
Roberto, vê a cultura como investimento. “Muita gente não entende a cultura
como um grande investimento, mas o povo só se desenvolve conhecendo o passado e
valorizando sua cultura”, comentou.
Participação ativa e contribuições dos setores
culturais
Com uma
trajetória de mais de quatro décadas tocando na noite palmense, o músico
Toninho Borges foi uma das vozes que representaram os profissionais da música
durante a escuta. Em sua fala, ele destacou as dificuldades enfrentadas por
artistas que atuam em bares e espaços populares para acessar editais públicos
de cultura.
“O músico da
noite não consegue nem sequer fazer uma proposta, imagine participar de um
edital. É preciso simplificar. Muitos dos nossos colegas não têm acesso à
faculdade, mas isso não significa que não sabem escrever ou criar. Se
conseguimos compor uma música ou fazer poesia, também podemos elaborar um
projeto. O que falta é acesso, é inclusão real”, afirmou Toninho.
Durante sua
participação na escuta, o coordenador do Comitê de Cultura no Tocantins
(FETAC), Kaká Nogueira, reforçou a necessidade de políticas culturais sensíveis
às diferentes realidades dos fazedores de cultura tocantinenses. “É fundamental
fortalecer toda a cadeia produtiva das artes com recursos adequados a cada
realidade”, comentou.
Liu Moreira,
da Associação de Arte Ninho Cultural, chamou atenção para a importância da
qualificação técnica nas gestões municipais no contexto da PNAB. "É
preciso investir na formação dos gestores e equipes municipais para que
compreendam a importância dos editais e consigam executá-los”, falou.
A presidente
da Associação dos Ciganos da Etnia Kalon do Tocantins, Ana Cléia Ribeiro
Queiroz de Sá, destacou os desafios enfrentados para acessar os editais e
reforçou a riqueza cultural cigana. "Somos uma cultura, com dialeto
próprio e muitas expressões que precisam ser mostradas", disse.
As
contribuições colhidas durante o encontro serão analisadas e utilizadas na
construção do Plano de Aplicação de Recursos (PAR) da Política Nacional Aldir
Blanc, que orientará a distribuição dos recursos federais nos próximos ciclos
da política no Tocantins, que daqui para frente será plurianual. A proposta é
garantir que as ações estejam alinhadas às demandas reais dos diversos
segmentos culturais do Estado.
Além dos
citados, também estiveram presentes a secretária-executiva da Secretaria de
Cultura Valéria Kurovski, o presidente do Conselho de Políticas Culturais do
Tocantins, Elpídio de Paula, o superintendente substituto do Iphan no
Tocantins, Alessandro Lopes, demais conselheiros do CPC-TO, artistas de
diversas áreas, e participantes via YouTube.
Ascom Secult/Governo do
Tocantins
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