segunda-feira, 12 de maio de 2025

Agrotins e o Turismo de Eventos e Negócios no Tocantins: Hora de Construir um Centro de Convenções

Marcos Koche - Presidente da ABIH Tocantins

A Agrotins é reconhecida como a maior feira agropecuária da região Norte do país. Neste ano, será realizada entre os dias 14 e 18 de maio, no Parque Agrotecnológico de Palmas. Segundo os organizadores a expectativa é que o evento movimente impressionantes R$ 4,5 bilhões, atraia mais de 200 mil visitantes e reúna mais de 1.200 expositores. Os números chamam atenção e demonstram como um único evento pode mobilizar pessoas, negócios e grandes volumes de recursos para o estado.

Convido você, leitor, a refletir sobre os efeitos que a Agrotins provoca no setor de turismo nesse período. Hotéis operam com alta taxa de ocupação, bares e restaurantes ficam lotados, agências de viagens, taxistas, motoristas de aplicativo e empresas de organização de eventos vivenciam picos de demanda. Essa movimentação gera empregos temporários e permanentes para nossa gente, além de injetar milhões na economia local, impulsionando o desenvolvimento econômico e social do Estado.

Outros dados relevantes: segundo a International Congress and Convention Association (ICCA), o turista que vem a Palmas para participar de eventos ou fazer negócios gasta, em média, três vezes mais do que o turista de lazer. Além disso, esse turista traz sua família e fica mais dias para conhecer outros atrativos locais, no nosso caso, por exemplo, Jalapão, Cantão, Lajeado, Taquaruçu, Lago entre tantos outros.

De acordo com a União Brasileira dos Promotores de Feiras (UBRAFE), eventos corporativos ocorrem geralmente fora da alta temporada, exatamente quando a economia local mais precisa de estímulos. É o caso da Agrotins, realizada em maio, um dos meses de menor fluxo turístico no estado, se comparado a junho, julho e agosto.

Diante disso, a experiência da Agrotins mostra o quanto o Tocantins pode ganhar ao ampliar sua agenda de eventos de negócios. No entanto, para atrair mais eventos de médio e grande porte com frequência e qualidade, é necessário contar com um espaço adequado. Reforço, portanto, a urgência na construção de um equipamento de infraestrutura essencial: um Centro de Convenções. Sem ele, seguimos em desvantagem competitiva, perdendo oportunidades para outras cidades e, com isso, deixando de gerar empregos e riqueza.

Um centro de convenções bem estruturado será muito mais que um espaço de eventos. Ele será um hub de desenvolvimento econômico, com efeito multiplicador em mais de 50 setores da economia. O Tocantins, além de ser jovem, possui localização estratégica no centro do Brasil. Embora nossa vocação para sediar eventos técnicos, científicos, culturais e esportivos seja clara, enfrentamos uma limitação física: a ausência de um equipamento à altura.

O tempo para decidir se o Tocantins continuará assistindo ao crescimento do turismo de negócios à distância ou se assumirá seu protagonismo está se esgotando. Enquanto isso, oportunidades milionárias seguem escapando por entre os dedos da economia local. Tenho confiança de que a união entre os setores público e privado poderá tornar realidade a construção de um centro de convenções, capaz de consolidar Palmas como destino competitivo no turismo de negócios e eventos.

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