Encontro com agentes do setor buscou alinhar diretrizes para a execução do edital e ampliar a participação do Tocantins no Fundo Setorial do Audiovisual.
Com o objetivo de ouvir e compreender as demandas dos profissionais do audiovisual tocantinense, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) realizou uma reunião com representantes de diferentes segmentos do setor. O encontro, que ocorreu na segunda-feira, 7, teve como pauta principal a apresentação do Edital de Arranjos Regionais 2025, do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que representa uma estratégia de fortalecimento dos polos de produção audiovisual no país e um marco na democratização do acesso aos recursos públicos da área, promovendo o desenvolvimento equilibrado e sustentável da produção audiovisual brasileira.
A chamada pública é destinada exclusivamente a órgãos e entidades culturais públicas estaduais e municipais, como secretarias, fundações, autarquias e empresas públicas. Durante o encontro, a Secult apresentou os valores estimados para a Região Norte e explicou a metodologia de distribuição dos recursos: 70% do total (R$ 210 milhões) serão destinados prioritariamente às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, classificadas como Grupo A. Cada estado poderá acessar até R$ 30 milhões, e a contrapartida do FSA será proporcional ao valor investido pelo ente local, podendo o FSA aportar até cinco vezes esse valor.
Investimentos
O edital representa uma oportunidade para o Tocantins ampliar os investimentos públicos no setor audiovisual por meio de recursos federais, impulsionando a cadeia produtiva local, gerando emprego e renda, e fomentando a diversidade cultural tocantinense. Caberá ao Estado estruturar e executar editais regionais, que selecionarão os projetos a serem posteriormente contratados diretamente pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), com recursos do FSA.
“É evidente o crescimento do audiovisual tocantinense, com produções que levam o estado a destaques nacionais e internacionais. Além de representar orgulho para todos nós, isso nos impõe mais responsabilidades sob o ponto de vista da gestão, e é isso que a Secult vem fazendo: trabalhar para cumprir a missão que nos foi confiada pelo governador Wanderlei Barbosa, de fomentar e fortalecer o setor. Ouvir os agentes e conhecer suas demandas é um dos caminhos para garantir que os recursos cheguem aos nossos fazedores de cultura”, ressalta o secretário da Cultura, Tião Pinheiro.
Também participaram da reunião a secretária-executiva da Secult, Valéria Kurovski; o superintendente de Fomento e Incentivo à Cultura, Antônio Miranda; a gerente de Economia Criativa Maria Eduarda Ribeiro; a analista técnica Ana Elisa; e a assessora de gabinete Lara Faez.
Durante o encontro, foram discutidas possibilidades de realização de capacitação e formação de profissionais do audiovisual, bem como a destinação de recursos específicos para o fomento a produções de curta e longa-metragem, ambas ações com o objetivo de impulsionar o mercado audiovisual tocantinense. Também foi deliberada a realização de uma escuta pública com os profissionais da área para acolher suas sugestões e demandas, garantindo que o edital contemple de forma mais efetiva as necessidades da classe artística local.
Representantes do audiovisual
A conselheira da Câmara Setorial do Audiovisual no Conselho Estadual de Políticas Culturais (CPC/TO), Kécia Garcia, destacou a importância do reconhecimento do setor como uma cadeia produtiva estruturada. “O nosso setor pertence a um mercado regulado pela Ancine. Existe uma cadeia de produção dentro de uma regulamentação específica, que nos enquadra no regulamento geral do produtor audiovisual. Isso é a nossa referência”, afirmou.
O presidente da Federação Tocantinense de Artes Cênicas (Fetac), Kaká Nogueira, ressaltou a relação histórica e profissional entre as artes cênicas e o audiovisual. “A base do audiovisual mundial tem raízes no teatro, por isso é natural que profissionais das artes cênicas também integrem esse setor. Dramaturgos atuam como roteiristas, diretores de arte também participam de produções cinematográficas. São áreas interligadas, com trajetórias que se complementam”, pontuou.
O presidente da Associação Tocantinense de Cinema, Vídeo e Televisão, Luiz de Sousa Pires, reiterou apoio às deliberações tomadas durante o encontro. “Estamos trabalhando juntos aqui, e a Associação concorda com as sugestões propostas durante esta reunião”, afirmou.
O coordenador do curso de especialização em Documentação Audiovisual da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Ariel do Nascimento, parabenizou a iniciativa da Secult e destacou a atuação conjunta em prol do setor cultural. “A produção do Tocantins vem se destacando, e nós trabalhamos em conjunto com o Fórum, com o secretário, com a Secretaria e com o amigo Tião, sempre em defesa da cultura”, disse.
O coordenador do Núcleo de Produção Digital da UFT, Jorge Cardoso, enfatizou o papel da universidade na qualificação profissional. “Nós já realizamos cursos e oficinas, como captação de imagem, direção de fotografia, captação de áudio, desenho de som, roteiro, direção, iluminação cinematográfica e montagem de vídeos”, detalhou.
Formulário de escuta on-line
Para ampliar a participação da classe artística, a Secult disponibilizou um formulário de escuta on-line, por meio do qual os profissionais do audiovisual podem contribuir com sugestões e demandas para a aplicação do Edital de Arranjos Regionais 2025. O formulário está disponível até o dia 14 de julho no site da Secult.
Gabriela Santos / Governo do Tocantins
Nenhum comentário:
Postar um comentário