Marcos Koche - Presidente da ABIH Tocantins
A Agrotins é reconhecida como a maior
feira agropecuária da região Norte do país. Neste ano, será realizada entre os
dias 14 e 18 de maio, no Parque Agrotecnológico de Palmas. Segundo os
organizadores a expectativa é que o evento movimente impressionantes R$ 4,5
bilhões, atraia mais de 200 mil visitantes e reúna mais de 1.200 expositores.
Os números chamam atenção e demonstram como um único evento pode mobilizar
pessoas, negócios e grandes volumes de recursos para o estado.
Convido você, leitor, a refletir sobre
os efeitos que a Agrotins provoca no setor de turismo nesse período. Hotéis
operam com alta taxa de ocupação, bares e restaurantes ficam lotados, agências
de viagens, taxistas, motoristas de aplicativo e empresas de organização de
eventos vivenciam picos de demanda. Essa movimentação gera empregos temporários
e permanentes para nossa gente, além de injetar milhões na economia local,
impulsionando o desenvolvimento econômico e social do Estado.
Outros dados relevantes: segundo a International
Congress and Convention Association (ICCA), o turista que vem a Palmas para
participar de eventos ou fazer negócios gasta, em média, três vezes mais do que
o turista de lazer. Além disso, esse turista traz sua família e fica mais dias
para conhecer outros atrativos locais, no nosso caso, por exemplo, Jalapão,
Cantão, Lajeado, Taquaruçu, Lago entre tantos outros.
De acordo com a União Brasileira dos
Promotores de Feiras (UBRAFE), eventos corporativos ocorrem geralmente fora da
alta temporada, exatamente quando a economia local mais precisa de estímulos. É
o caso da Agrotins, realizada em maio, um dos meses de menor fluxo turístico no
estado, se comparado a junho, julho e agosto.
Diante disso, a experiência da Agrotins
mostra o quanto o Tocantins pode ganhar ao ampliar sua agenda de eventos de
negócios. No entanto, para atrair mais eventos de médio e grande porte com
frequência e qualidade, é necessário contar com um espaço adequado. Reforço,
portanto, a urgência na construção de um equipamento de infraestrutura
essencial: um Centro de Convenções. Sem ele, seguimos em desvantagem
competitiva, perdendo oportunidades para outras cidades e, com isso, deixando
de gerar empregos e riqueza.
Um centro de convenções bem estruturado
será muito mais que um espaço de eventos. Ele será um hub de desenvolvimento
econômico, com efeito multiplicador em mais de 50 setores da economia. O
Tocantins, além de ser jovem, possui localização estratégica no centro do Brasil.
Embora nossa vocação para sediar eventos técnicos, científicos, culturais e
esportivos seja clara, enfrentamos uma limitação física: a ausência de um
equipamento à altura.
O tempo para decidir se o Tocantins
continuará assistindo ao crescimento do turismo de negócios à distância ou se
assumirá seu protagonismo está se esgotando. Enquanto isso, oportunidades milionárias
seguem escapando por entre os dedos da economia local. Tenho confiança de que a
união entre os setores público e privado poderá tornar realidade a construção
de um centro de convenções, capaz de consolidar Palmas como destino competitivo
no turismo de negócios e eventos.
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